Ana Morais Caldas nasceu em 1965, em África, Luanda. Vive e trabalha em Braga desde 2004.
Depois de ter concluído o Curso de Artes e Técnicas dos Tecidos na Escola Artística Soares dos Reis, em 1988, fui admitida no curso de Joalharia/cravação, no CINDOR, Centro de formação de ourivesaria, em Gondomar. Abandonei o curso após alguns meses e inscrevi-me no Curso de Joalharia do Ar.Co / Centro de Arte e Comunicação, e mudei-me para Lisboa. Completei o Plano de Estudos Básico em Joalharia entre 1989 e 1991. Entre 1991/1992 frequentei a Escola de Joalheiros Contacto Directo, também em Lisboa. A aprendizagem da Joalharia exerceu sobre mim um fascínio enorme. O trabalho artesanal e a espontaneidade do fazer interessaram-me. Na altura opunha-me às formas tradicionais e desejava encontrar soluções criativas, de mostrar a jóia e de a usar sem qualquer tipo de preconceito. Ao mesmo tempo o interesse por encontrar uma definição da Jóia como objecto artesanal e artístico aumentava a curiosidade por conhecer outros joalheiros, envolver-me com outras aprendizagens, explorar a capacidade dos materiais e experimentar novas ideias. Procurava referências em livros, via exposições com regularidade, participava com entusiasmo em todos os eventos relacionados com a Joalharia e questionava-me sobre a dimensão artística da Jóia. Um longo caminho que até hoje me enche de orgulho e alegria, pela resposta individual, única e criativa, aquela que soube sempre, em última instância, capaz de me pacificar, libertar e ser uma revelação da Essência do meu Ser.
10 Anéis para dez dedos
1990
A pop art foi um movimento artístico que me marcou enquanto estudante de Joalharia. Para os artistas Pop os objectos de consumo eram dignos de representação e para mim era um grito de liberdade e criatividade face a um mundo industrial que se tornava cada vez mais consumista. Estudei as capacidades visuais - latas de refrigerantes - no seu aspecto de consumidos, rejeitados e posteriormente reciclados. As imagens distorcidas e transformadas por mim deram uma nova forma à ideia inicial. Neste trabalho desenvolvi alguns estudos de representação de 10 anéis, através da colagem, com montagens e articulações visuais em papel, que resultaram numa ideia livre de pensamento.
Bodyjoia
1991
Na continuação do meu interesse no movimento artístico Pop Art realizei uma série de experiências com as latas da Coca-Cola e com elementos das mesmas. Criei uma série de colares e alfinetes que produziram uma atitude diferente, a reutilização criativa do lixo rejeitado.
Este projecto Bodyjoya recebeu um Prémio da Refrige, representante da Coca-Cola em Portugal, pela pesquisa e originalidade artística.
Bracelete
1991
Arame, corda, ráfia e recortes de papel
O Risco de Voar - pregadeira
1991
Alumínio e acrílico
Workshops
Agosto 1990 Braunwald, Suiça
Atelier do Felix Urs Stussi
Em 1990, durante o mês de Agosto participei em dois workshops que decorreram no ateliê do Felix Urs Stussi, em Brawnwald, na Suíça. Um foi orientado por Fritz Loosli e o outro por Brigitte Moser. Conheci MAX Frollich.
Workshop de Técnicas com Fritz Loosli
Executei este alfinete, com o nome “Crocofante”, metade crocodilo, metade elefante, uma experiência lúdica com utilização de acrílicos coloridos, prata e cobre.
Workshop Flags com Brigitte Moser
“Flags” consistiu num trabalho conceptual e vivencial à volta do significado e o que representa a bandeira. Cada um construiu a sua.
Estágio na Holanda
Setembro a Dezembro 1992
Estágio profissional no atelier de Jos Peperkamp, em Alkmaar, Holanda. 6 anéis em cobre e latão, e um em prata, ideias que surgiram a partir das peças realizadas com as latas de Coca-Cola, em Portugal.